Para uma mulher investir com segurança e independência, ela precisa romper muitas barreiras, que vão além do conhecimento técnico.
Barreiras históricas, culturais, emocionais…
Eu mesma passei anos sem confiar na minha capacidade para investir, apesar de sempre trabalhar no mercado financeiro (já são 17 anos).
A verdade é que, historicamente, a nós, mulheres, foram atribuídos diversos papéis bem distantes do cuidado com o dinheiro e isso ainda reverbera no nosso inconsciente.
Você sabia que, até 1962, não podíamos nem ter conta em um banco sem autorização do marido? Imagina investir.
Por isso, é bem provável que você seja (ou venha a se tornar) a primeira mulher investidora na sua família.
E isso é muito poderoso!
1-Apoio para não desistir;
Conversar com alguém sobre nosso processo, uma rede de apoio, é fundamental para superar essa barreira, mas nem sempre encontramos isso na nossa família.
Se esse é o seu caso, saiba que aqui você tem um ambiente seguro para isso. Deixe seu comentário, me mande um direct, compartilhe suas experiências.
Somos mulheres que se apoiam nessa jornada que é investir.
Essa é a base do movimento que estamos criando: Mulheres sabem investir!
Agora, para que você tenha clareza das suas próximas ações, preparei um passo a passo completo para você começar a investir ou ajustar seu processo, se você já investe.
São 8 passos simples, para você apenas seguir, com a certeza de que está no caminho certo.
Não é complicado, inalcançável ou restrito a poucas pessoas. Você só ainda não o tornou parte da sua rotina.
Vamos lá?
Não dá para investir com as finanças desorganizadas!
Uma organização financeira mínima é essencial para que tudo funcione.
É a partir dela que conseguimos saber quanto podemos investir todos os meses e, assim, manter a constância nos investimentos.
Lembre-se: investir é uma jornada!
Não dá para começar em um mês e só voltar a investir 6 meses depois. Os frutos não vêm.
Eu utilizo uma base bem simples de organização: etapas que sigo e que não dependem da ferramenta.
Essa técnica aprendi com Ryder Carrol, autor do livro O Método Bullet Journal.
Registrar o passado
Listar todas as suas despesas do mês anterior.
Descobrir para onde seu dinheiro foi e não correr o risco de esquecer as pequenas despesas.
Organizar o presente
Categorizar as suas despesas (alimenração, saúde, lazer…) para saber seu perfil de consumo: como você gasta e onde tem margem para economizar.
Planejar o futuro
Planejar as despesas do mês seguinte com base no seu histórico. Assim o planejamento se torna realista e mais provável de ser cumprido.
Você pode utilizar qualquer ferramenta, inclusive ferramentas diferentes para cada etapa (é o que eu faço). Um caderninho, uma planilha, um aplicativo. Teste até encontrar o que funciona para você.
Para saber mais sobre organização financeira, tenho uma aula bem completa sobre o assunto. Clique aqui para assistir.
É muito importante ter clareza do que queremos que nossos investimentos nos tragam.
Especificar nossos objetivos permite que tenhamos um direcionamento ao escolher nossos investimentos, além de evitar que a gente corra riscos que não precisamos correr.
Por exemplo, se seu objetivo é apenas manter o seu patrimônio, não precisa investir em opções mais arriscadas. Existem muitos investimentos conservadores e seguros que atendem seu objetivo.
Mas como fazer isso?
Precisamos responder algumas perguntas:
1) O que?
Aqui a gente detalha nossos objetivos para trazer ao nosso cérebro a consciência de que ele é viável, possível de acontecer. Do contrário, ele acaba deixando de lado e cedendo aos prazeres imediatos do consumismo.
É dar um gostinho do futuro para nosso cérebro.
Por exemplo, se você quer a sua casa própria, detalhe essa casa, onde seria, quantos quartos, qual o bairro, cidade…
2) Por que?
A resposta para essa pergunta são nossos valores. São eles que vão manter a motivação para mantermos nosso planejamento.
Segurança? Família? Independência?
É importante que nossos objetivos estejam alinhados a nossos valores.
Se você tem um valor de liberdade muito forte e traçou como objetivo a casa própria, é pouco provável que se esforce para alcançá-lo. Talvez uma viagem pelo mundo ou sua independência financeira te motivasse mais.
Reflita!
3) Quanto?
Nosso cérebro adora números!
Isso reforça para ele que algo é concreto, afeta nosso lado lógico e racional.
Nessa etapa, devemos definir quanto custa nossos objetivos. Mas não é um valor genérico e hipotético. É calcular no detalhe, nos centavos.
No exemplo da casa, incluir taxas de cartória, impostos, corretor, reforma, móveis…
4) Quando?
Objetivo sem data é apenas sonho.
Nosso cérebro funciona melhor com datas específicas e isso é importante também para quando formos calcular quanto nossos investimentos precisam render.
Defina dia, mês e ano.
5) Como?
Por fim, definimos quanto iremos poupar, todos os meses, para aquele objetivo.
Depende da organização que fizemos no passo 1.
Também vamos utilizar essa informação no passo 4.
Outro ponto é conhecer e respeitar nosso perfil de investidora.
Ele define os riscos que estamos dispostas a correr.
Uma pessoa conservadora ficaria extremamente ansiosa e até poderia perder dinheiro se investisse em opções mais voláteis, com riscos maiores.
Existem 3 perfis de investidora: conservador, moderado e arrojado.
O perfil conservador não topa correr nenhum risco: quer a garantia de que o valor investido vai sempre crescer. Por correr menos riscos, os investimentos rendem menos.
É indicada para esse perfil a renda fixa garantida pelo FGC – Fundo Garantidor de Crédito.
O perfil moderado já topa algum grau de risco, uma pimenta nos seus investimentos.
Mas as opções mais arriscadas só representam uma pequena parte da sua carteira de investimentos, afinal, ele ainda preza por segurança.
Os rendimentos, neste caso, são maiores que o conservador. Além da renda fixa, pode investir também em renda variável.
Já o perfil arrojado topa riscos mais altos. Para ele, as oscilações no presente fazem parte da sua estratégia.
Por correrem mais riscos, os rendimentos podem ser maiores. Apenas uma parte da sua carteira é renda fixa; a maioria está na renda variável (bolsa de valores).
Todos os bancos e corretoras exigem de seus clientes o preenchimento de um questionário: Análise do Perfil do Investidor.
Ao abrir conta na corretora, você será solicitada a preencher.
É só ser sincera nas suasa respostas e respeitar o resultado.
Agora é mão na massa!
Para fazer esse cálculo, podemos utilizar a calculadora do cidadão.
Uma ferramenta gratuita, disponibilizada pelo Banco Central, que faz todo o trabalho para a gente.
Vamos incluir as informações que definimos no passo 2:
Depois é só cacular a taxa de juros mensal.
Esse é o percentual que seus investimentos precisam render para que você alcance seu objetivo. E é ele que você vai buscar quando for escolher seus investimentos no passo 6.
Não tem para onde fugir!
Nas corretoras encontramos a maior variedade de investimentos e, em geral, as melhores rentabilidades.
Sabe por que?
É como se elas representassem pequenos investidores junto aos grandes bancos, assim, temos à disposição opções de investimento que, se estivéssemos sozinhas, não teríamos acesso ou poder de negociação.
Ao procurar a sua corretora, escolha uma que não cobre taxa de custódia e, se for investir em renda variável, que também não cobre taxa de corretagem.
Abra conta em 2 ou 3 e escolha a que você tiver mais facilidade em operar.
Antes de investir na prática, é importante escolher nossos investimentos. Essa escolha se baseia no que definimos nos passos anteriores.
Ao entrar na corretora, vamos filtrar os investimentos de acordo com nossos objetivos:
1) Prazo
Selecione os investimentos que vão vencer quando você for precisar do dinheiro.
Por exemplo, se o objetivo é uma viagem em 2024, procure investimentos com vencimento de 720 dias ou 2 anos.
2) Taxa de rentabilidade
Já sabemos quanto nossos investimentos precisam render. Agora é só filtrar pelas opções que nos atendam.
3) Valor mínimo para investir
Vai depender do valor que decidimos poupar todos os meses.
Para investimentos em renda fixa, o site App Renda Fixa é uma excelente opção. Ele compara diversos investimentos de várias corretoras e bancos.
Clique aqui para conhecer.
Se você deciciu investir em renda variável, mas não tem muita experiência ou tempo para acompanhar o mercado de perto, pode seguir indicações de analistas CNPI (clique aqui para conferir a lista), pessoas certificadas e autorizadas a fazer esse tipo de recomendação.
Outra opção são casas de análise independentes, como Dica de Hoje, Spiti, Suno, entre outras.
Não é hora de pensar, é hora de executar.
Agora é só apertar o botão e confiar no processo. Fizemos tudo certo: a confiança virá com a repetição.
Você já sabe que investir é uma jornada.
Por isso precisamos acompanhar como nossos investimentos estão evoluindo, se está tudo saindo como planejado e, claro, fazer os ajustes necessários.
Isso é possível com uma revisão financeira mensal. Já deixe marcada como um compromisso na sua agenda.
Lembre-se: Mulheres sabem investir!
Se você ficou com alguma dúvida, deixe aqui nos comentários.
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